terça-feira, 24 de setembro de 2013

IPVA para Embarcações - Injustiça medonha

No mês passado nós falamos sobre o absurdo do "novo" imposto que está sendo proposto por um Sindicato e por Parlamentares que nada sabem sobre o Mar e Embarcações: IPVA - naufragando no mar da ignorância

Preocupados com o impacto nefasto que terá a proposta para a Comunidade Náutica, sobretudo para os menos abastados como é o caso da Classe Média/Alta (assalariados), pequeno/médio empresário e até dos Aposentados (todos esses já sufocados por tanto imposto), em nome da ANAER - Associação dos Navegadores Amadores de Esporte e Recreio, criamos o novo BLOG: SOS Náutica - pedido de Socorro da Comunidade Náuticahttp://sosnautica.blogspot.com.br, onde temos consolidado alguns Artigos/Matérias e testemunhos de gente da Comunidade Náutica.

Como já citamos na postagem anterior, essa proposta (PEC que pretende implementar IPVA para os Barcos) tende a tornar as Embarcações e o direito de Navegar novamente exclusividade dos "milionários" deste país. No nosso caso, representa o fim para nosso projeto de morar a bordo de um barco e sair pelo Brasil e pelo mundo navegando.

As expedições marítimas e a vida a bordo de um barco são Direitos Exclusivos dos "milionários" no Brasil?

Em países mais civilizados, com a cultura náutica mais avançada que a nossa, o cidadão ou família que estejam dispostos a se aventurar pelo mundo com um barco conseguem realizar o sonho/projeto de vida com muito mais facilidade. No Brasil, "o país que dá as costas para o Mar", o entrave até o momento é a compra do Barco, onde o pretenso navegante já amarga com uma enorme carga tributária, porém ainda assim muitas pessoas conseguem vencer esta barreira, algumas até partindo para a construção amadora do próprio barco (sim, prática muito comum no Brasil e no mundo).

Só que agora, ao que tudo indica, estando nossa nação sob a mordaça de uma Ditadura Comunista, este Direito será revogado: querem mais dinheiro para os "Mensalões" e o "Bolsa Miséria" (compra de voto "legalizada" que permite ao regime ditatorial se manter no poder fazendo todo e qualquer tipo de atrocidade); doa a quem doer, o Confisco irá começar.

Para a Sociedade fica o Alerta: do partido do Mensalão, do mesmo que propõe a "Poupança Fraterna" (mais uma forma de confisco, clique neste link para ler), NÃO é de se duvidar que em breve toda a sociedade terá que pagar 5% ao ano de tudo que conseguiu juntar na vida. Imagine você ter que pagar 5% ao ano sobre o valor da sua casa, do seu sítio, da sua poupança/investimentos; enfim, na visão dos Comunistas, quem consegue juntar (poupar) algum dinheiro com muito trabalho e privações é considerado "elite" (ou "milionário"). Para eles, tudo tem que ser nivelado "por baixo", é o regime mais medíocre que existe, ao invés de tentarmos aumentar a renda de todos (oferecendo oportunidades, educação e emprego), eles trabalharam é para baixar a renda dos que conseguem como heróis (com muita dedicação) ganhar acima da "média".

Cabe lembrar que os "ratos e ratazanas" não mechem no próprio salário e nos enormes benefícios, esses hipócritas saem correndo para o Sírio Libanês na menor dor de barriga, enquanto para o restante da população eles oferecem "Bolsa Miséria" e médico cubano.
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Agora voltando ao tema: Os barcos de esporte e recreio, que muito diferente dos Automóveis, não necessitam de enorme investimento público para sua utilização (ruas, avenidas, viadutos, passarelas, muito asfalto, semáforos, etc), e também não concorrem o mesmo espaço público que o ônibus, o metrô, o pedestre e em nada contribui para o caos dos centros urbanos.

Além disso os barcos ainda atendem a inúmeros quesitos de habitabilidade, e devido sua autonomia e auto-suficiência, estão mais próximos de serem comparados com os sítios ou casas de campo/veraneio (longe dos centros urbanos), do que com os Automóveis.

Não restam dúvidas de que comparar um Barco com um Automóvel é de uma grosseria e ignorância sem tamanho. Querer tributa-lo tal qual um Automóvel então, é plausível de ser considerado um crime contra o Direito de Propriedade, ferindo os direitos e liberdades fundamentais da sociedade, previstos em nossa Constituição Federal.
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Agora o mais preocupante: as mentiras, dissimulações e tremenda demagogia que vem sendo difundidas rapidamente pelo Sindifisco e pelos parlamentares envolvidos com a proposta, confundindo e enganando a sociedade para ganhar apoio ao seu projeto escabroso.

Dividimos o assunto em 3 tópicos, que representam parte da estratégia maquiavélica adotada para conseguir a aprovação da "PEC da Ignorância, da Inveja e do Preconceito":

# 1. Fazer a sociedade pensar que "dono de barco é milionário": falta de informação (ignorância) ou má fé??

A esmagadora maioria são pessoas da classe média/alta, assalariados e pequenos/médios empresários, no geral são esportistas, sonhadores e aventureiros, apaixonados pela lida com o mar, e/ou pesca, mergulho ou esportes aquáticos (velejar por exemplo). Muitas vezes inclusive é o aposentado (que por sua condição goza de uma renda bem reduzida) e que trabalhou a vida inteira para no final realizar o sonho.

Seriam esses "criminosos" por buscarem no barco uma opção de esporte e recreio, optando por gastar o seu dinheiro com o barco ao invés de comprar um sítio, uma casa na praia ou até mesmo em viagens nacionais/internacionais?? Certamente cometeram o crime de acreditar no Brasil, de fomentar uma indústria nacional que tem crescido e empregado cada vez mais.

No caso da classe média/alta, independente de se tratar de um "assalariado" ou de um pequeno/médio empresário, sabemos muito bem que esses já pagam uma trágica e enorme carga tributária. Então a saída dos nossos políticos é esfolá-los ainda mais? Mas afinal, "é proibido prosperar nesse país?".

Na comunidade náutica temos ainda outra parcela de pessoas, como é o nosso caso, que se retiram da alucinante vida nas grandes cidades (e canibalismo corporativo) e buscam no barco uma opção de vida mais simples com a família, muito parecido com quem se retira para uma propriedade rural, ou para as montanhas, mas neste caso a pessoa/família se lança ao mar, em cruzeiro/expedição pelo Brasil e pelo mundo, quase sempre com renda familiar reduzidíssima (ou quase nula).

Antes de alguém sair falando (ou pensando besteira), vamos expor o nosso caso (o que garantimos que é similar ao de muitas outras famílias/pessoas do mar): nossa renda familiar estimada para morar a bordo do barco, lembrando que somos dois adultos e duas crianças pequenas (André com 2 anos e Laura com 5 meses), é de 5 mil reais / mês, tendo esse dinheiro que ser suficiente para viver e para manter o barco. Ainda temos algumas dúvidas se vamos conseguir manter essa renda. Seria este um projeto "suntuoso" de vida?

Mas ao debater este ponto (dono de barco x sua condição financeira) a partir das "mentiras, dissimulações e demagogia" (o que vem conseguindo fazer o Sindifisco e os parlamentares envolvidos), as pessoas se esquecem por completo dos feitos de Amyr Klink, família Schurmann, Beto PandianiJoão Lara MesquitaTorben e Lars Grael, Robert Scheidt e muitos outros cruzeiristas, expedicionários e atletas brasileiros que inclusive tiveram suas viagens, aventuras e conquistas cobertas pela mídia. Podemos também destacar: Hélio Setti Jr., Marcio e Daniela (Velejando com Deus), João SombraKan Chuh, Izabel Pimentel, Diogo Guerreiro, Hélio e Mara (Maracatu), Kauli Seadi, Aleixo Belov, Fausto e Guta (Guruça Cat), Sérgio/Jonas/Carol (Três no mundo) e se fossemos continuar a lista teríamos outros milhares de brasileiros, alguns conhecidos na mídia e outros tantos anônimos, que vivem a bordo de seus barcos e/ou saem mundo a fora navegando e praticando seus esportes ou realizando seus sonhos de vida.

Ao invés de lembrar/citar esses navegadores, de forma maliciosa e com a intensão única de aumentar a carga tributária do país (sem se importar com os impactos), associam o "proprietário de barco" ao "milionário", pior do que isso, associam o NAVEGADOR (o esportista/aventureiro) ao "presunçoso"; rotulam os barcos como sendo objetos de "luxo", vinculando-o com "fama" (glamour); destacam os jogadores de futebol, os artistas de TV, os grandes empresários e os "milionários", que na verdade representam uma mínima e ínfima parte dos proprietários de embarcações. Será por má fé ou ignorância?

Cabe lembrar que o navegador Amyr Klink participou recentemente de um episódio da "Grande Família", que relatou de forma bem interessante (e realista) o caso de um cidadão que sonha com a vida no mar, e que parte para a luta em busca da realização desse sonho, mostrando algumas das dificuldades e anseios que tal empreitada representa. Eu e minha família nos identificamos com tal episódio, com as dúvidas, com as dificuldades... agora imagine a situação do Lineu, poucos dias antes de ver seu barco concluído, recebe a informação de que deve "abandonar" seu sonho, por que foi considerado (pela Ditadura Comunista no poder) como um "milionário" e por conta disso será punido com um imposto confiscante, que lhe inviabilizaria a expedição/estilo de vida.

Em nome de um "ódio" doentio contra "milionários" (afinal, outra vez questiona-se: "é proibido prosperar no Brasil?"), atacam covardemente todo um setor, toda uma parcela da sociedade que na realidade nada tem a ver com a pretensa "elite" que se pretende "aniquilar" ou punir...

Com a PEC em questão, NÃO perderá o milionário, que está "pouco se lixando" com mais um imposto, perderá SIM o aposentado que trabalhou durante décadas e por fim realizou o sonho de ter o seu barco, perderá o expedicionário, perderá o trabalhador e o pequeno/médio empresário com seu "sítio de praia", e ainda perderá muito mais toda a indústria Náutica.

Perderemos, todo o Brasil, empregos, crescimento econômico, esporte, cultura, turismo. E no médio e longo prazo perderemos até mesmo "arrecadação de impostos", pois a redução nas atividades náuticas irá impactar a arrecadação dos mais de 40% de imposto que já paga o proprietário do barco ao comprar uma embarcação nova (IPI, ICMS, PIS/COFINS, Imposto de Importação, etc, etc), além é claro dos impostos já arrecadados com toda a cadeia de serviços que um barco demanda. País de amadores, mas não os navegadores, os políticos!!

# 2. Desvincular o IPVA da sua origem e da contraprestação de serviços: com muita demagogia e astúcia induzem a sociedade a desvincular o "IPVA" (imposto com altíssima alíquota) dos serviços que são prestados pelo Governo para os proprietários dos Veículos Automotores que CIRCULAM EM VIAS PÚBLICAS.

Não cabe se alongar muito nesse tema, que já está este já foi amplamente abordado na postagem anterior, mas cabe alertar a sociedade da estratégia repugnante dos representantes do Sindifisco e dos parlamentares responsáveis pela proposta, que chega a gerar asco.

O uso dos Veículos Terrestres que Circulam em Vias Públicas (o que exclui também os tratores, empilhadeiras, trens/metrôs, elevadores entre outros) demandam enormes investimentos, gerando altíssimos custos aos cofres públicos. É mais do que óbvio que pagamos o IPVA pelo "asfalto" que usamos, pelo limitado espaço público que os automóveis competem, etc; assim como é óbvio que pagamos IPTU pela iluminação pública, pela coleta de lixo, pela delegacia que temos "do lado de casa". Se bem que podemos lembrar que Marta Suplicy/PT (sim, novamente eles), como prefeita da cidade de São Paulo, teve a cara de pau de desvincular o serviço de coleta de lixo do IPTU, criando uma taxa mensal para a população "pagar" por esse "serviço").

Desvincular Impostos de Serviços Públicos é algo extremamente perigoso, danoso para a sociedade, e pode levar esse país a uma situação catastrófica. O fato é que os serviços hoje são porcamente prestados no país recordista de impostos. E querem mais!! Talvez eles pensem que nossos impostos são "doações" para suas campanhas eleitorais e falcatruas..

O que foi exposto acima parece "óbvio", mas o Sindifisco e os parlamentares envolvidos propagandeiam a coisa de forma tão demagógica e golpista que algumas pessoas passam acreditar que "é justo" uma Embarcação ter que pagar IPVA, mesmo NÃO recebendo o proprietário de um Barco nenhum serviço público, e nem gerando (a embarcação) qualquer tipo de custo para o Governo. Ou será que essas pessoas estão se esquecendo que Barcos não "navegam" no asfalto?!

NÃO conhecemos nesse país, até o momento, nenhum tipo de Imposto Punitivo, ou imposto da "ignorância, inveja e do preconceito" como esse que querem implementar agora. Se essa proposta for adiante, esse será o primeiro, e irá consolidar um movimento preocupante que alguns pensadores alertam, que é o da nossa nação sendo direcionada para um Regime Ditatorial e Comunista, onde perde-se a razão a favor de um sistema de governo não democrático e que já provou no mundo que é altamente desastroso para sociedade. Seremos em breve uma nação de medíocres? Será que qualquer iniciativa ou idéias que "fujam" das regras ditatoriais serão consideradas "suntuosas" e punidas com impostos "confiscatórios" (sindi-con-fisco)?

# 3. Mistura falaciosa de inúmeros conceitos/idéias dando ao "novo imposto" (injusto, punitivo e discriminatório) uma fantasia de "imposto justo": O que tem a ver "Jatinhos", correção da tabela de imposto de renda, cobrança de imposto de renda para empresários/acionistas com IPVA para Barcos? NADA! É demagogia pura, da mais barata que existe... ou total falta de conhecimento de causa mesmo (ai seria incompetência). Basta saber qual é o caso.

Se estivéssemos discutindo de forma abrangente (e lucida) os "tributos" do setor náutico eu posso afirmar que a Comunidade em questão NÃO se oporia, do contrário, seria um prazer discutirmos os tributos já existentes que recaem sobre toda cadeia de produção (QUE SÃO ALTÍSSIMOS) e os serviços/infraestrutura Náuticas (QUE NÃO EXISTEM). Poderia ser debatido até mesmo novos tributos (na forma de taxas ou até quem sabe um imposto sobre propriedade, porém específico para o setor). Estaríamos aqui num debate propositivo aportando com critérios de cobrança, faixas, isenções e principalmente com a destinação/distribuição correta dos recursos como: Marinha/Capitanias, criação de Polícia Marítima, ordenamento do uso das praias/ilhas, preservação do meio ambiente, etc, etc. Mas a questão está MUITO LONGE de ser essa...

Ao invés disso o Sindifisco e os parlamentares envolvidos misturam de forma maquiavélica muitos conceitos diferentes. Colocam os Barcos na mesma pauta que as Aeronaves (lembra-se que a PEC foi maliciosamente apelidada de "PEC dos Jatinhos"), falam em destinação do valor arrecadado para o "transporte público" (caberiam páginas de questionamentos sobre isso). Lembremos do episódio da "CPMF" que era pra saúde mas nunca foi (não existe dispositivo legal para tal destinação específica).

O caso é muito pior do que no episódio da "CPMF". Requentar (fazer puxadinho, adaptar) um imposto que tem sua origem e estrutura para tributação de Automóveis é de um amadorismo sem tamanho, com potencial de gerar injustiças e distorções absurdas.

Citar a destinação para o "transporte público" é apenas uma "jogada de marketing". De forma oportunista e leviana esses "politiqueiros" se apropriaram da força dos movimentos que nasceram nas ruas. O objetivo dessa gente é aniquilar/estuprar um setor e parcela específica da sociedade (é punição seletiva). Ninguém tem dúvida de que essa COVARDIA não tem nada a ver com as manifestações dos últimos meses. Esses políticos deveriam é explicar por que a enorme arrecadação dos tributos já existente no país (RECORDE) não são destinados para os serviços públicos que deveriam - sabemos bem pra onde vai o dinheiro - isso SIM foi pedido nas ruas... mas no campo da mentira e da dissimulação vale qualquer coisa!

Tentar mais uma vez levantar a questão do "IPVA para Embarcações" (o puxadinho tributário), que outrora já foi barrado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), é mais uma demonstração da falta de respeito desses parlamentares pela JUSTIÇA BRASILEIRA, falta de respeito pela CONSTITUIÇÃO FEDERAL, enfim, é faltar com o respeito a Democracia!!! Esses covardes deveriam fazer o que determina a Lei, mas eles se julgam superiores, supremos, conhecedores profundos de todos os assuntos (arrogantes, como qualquer ditador), aproveitam e se lambuzam com a Ditadura Comunista posta em prática no nosso país.

Falando em "Justiça", o SINDIFISCO ao invés de cumprir com suas atribuições para com a honrosa classe que ele deveria representar/defender, está a serviço da Ditadura Comunista confundindo e misturando de forma alucinante o "IPVA para Barcos" com um programa de "Justiça Tributária". Que papelão... tentam "exceder" as suas funções, talvez com "boas intensões" (das quais, como diz o ditado popular: "o Inferno está cheio") mas não fazem a lição de casa de pesquisar a realidade dos assuntos dos quais "tentam legislar" (e principalmente os impactos de suas propostas).

No caso dos parlamentares envolvidos (dentre outros destacamos: Assis Carvalho/PT, Vicente Cândido/PT, Ricardo Berzoini/PT) o erro é ainda mais grave pois estes possuem a obrigação de Legislar (são pagos pela sociedade para exercer essa função, e bem pagos). A forma amadora e oportunista como apresentam esse projeto mal elaborado, obviamente com o objetivo de "se promover na mídia", faz no mínimo a gente questionar o "caminhão" de dinheiro que eles gastam com seus "assessores". Com certeza nenhum deles saiu a campo para estudar a realidade da Comunidade Náutica, nenhum estudo, nenhuma análise, é projeto feito nas coxas! Trabalhar eles não sabem, mas sair na mídia com um monte de frase de efeito esbanjando preconceito, demagogia e ataques contra a comunidade náutica, isso eles fazem muito bem.

Eles alegam "Justiça Tributária"... ninguém aqui é contra "JUSTIÇA TRIBUTÁRIA" (só que a verdadeira). Associar o tema com "IPVA para Barcos" é ridículo, demagogia e injustiça medonhas!! Eu sou um exemplo clássico de quem pagou por muitos anos os mutilantes 27.5% de IR, pagou mais de 40% de imposto na hora de comprar o barco, e agora, tenho meu projeto de vida (no qual venho trabalhando há anos para realizar tendo tomado decisões profissionais e pessoais importantíssimas) seriamente ameaçado por essa iniciativa desconexa e punitiva.

Dentre os falsos argumentos e mistura maliciosa de idéias destacamos o texto a seguir, de autoria do Sindifisco: "O que nós queremos é que os donos desses veículos (barcos) também contribuam para a melhoria do transporte público em geral", o que é grotesco e, novamente, gera asco e repugnância. Faremos algumas observações: a) não existe o menor sentido punir seletivamente a comunidade náutica para destinar recursos para transporte público urbano (TERRESTRE), b) a grande maioria dos proprietários de embarcações possuem também seus "automóveis", portanto, nesse raciocínio eles já contribuem para "a melhoria dos transportes públicos"; o problema na verdade (o que tais políticos inescrupulosos escondem) é que o dinheiro já arrecadado NÃO é usado onde deveria, ao invés disso ele vai para a rede de esgoto conhecida por nomes como "mensalões", "propinoduto", "dólares na cueca" e afins, para onde de fato tais políticos desejam direcionar a arrecadação do novo "imposto".

Será que o Sindifisco e os parlamentares envolvidos conseguem sustentar o novo imposto "IPVA para Barcos" sem essa mistura falaciosa e alucinante de idéias???!! Vamos tirar a ignorância, as dissimulações e demagogia e vamos debater o caso. Fica o desafio pra eles...

E quanto a "JUSTIÇA", vamos aos FATOS: eu pagava R$ 2.400 (dois mil reais) por ano de IPTU pelo meu imóvel em São Paulo, onde eu recebia da prefeitura vários serviços como: iluminação pública, coleta de lixo, posto policial duas quadras da onde eu morava, escola pública e muitos muito mais... eu vendi esse imóvel e apliquei um valor similar no barco (em fase final de construção, e onde vou morar), porém no barco NÃO vou receber nenhum serviço, nenhuma infraestrutura pública, tenho que pagar marina privada mensalmente, não recebo nenhum tipo de iluminação pública, nem segurança (não existe polícia marítima no Brasil), enfim, NÃO RECEBO NADA... e agora, pela proposta do SINDIFISCO (e parlamentares envolvidos), querem me cobrar um imposto que pode chegar a R$ 25.000 (vinte e cinco mil reais) por ano (ou seja, mais do que 10x o valor anterior, e SEM receber nada em serviços)... onde está a Justiça???

Com uma renda estimada de no máximo R$ 5.000 / mês, como eu e minha família vamos manter o barco e sobreviver se tiver que pagar R$ 25.000 / ano desse imposto punitivo e confiscatório?

Agora veja que enorme distorção, se eu tivesse usado o mesmo dinheiro e, ao invés de ir morar em um barco (no mar), fosse morar num sítio com piscina, sauna, lareira e outras comodidades, eu não pagaria nem mesmo o IPTU, pagaria apenas um tributo com valor bem pequeno (ITR)... o que ao meu ver está corretíssimo! Agora "meu crime" foi ter optado por morar num barco?

Então no barco, além dos 40% que pago na compra (IPI, ICMS, PIS/COFINS, Imposto de Importação, etc, etc), tenho que ser punido com um "imposto confiscante de propriedade"? E quanto paga os que optam por usar o mesmo dinheiro em viagens nacionais/internacionais? Os que gastam o dinheiro em eletrônicos, roupas caras, jóias? Ou mesmo que os que investem o dinheiro no mercado financeiro?

Para esclarecer, SOU TERMINANTEMENTE CONTRA qualquer tipo de novo imposto. Acho que nossa sociedade deveria discutir a redução deles... e os nossos políticos, sendo pressionados para reduzi-los.

Chamo essa proposta (IPVA para Barcos) de punição seletiva, de ataque covarde, de preconceito, de inveja, de demagogia... E viva o país onde as aberrações, injustiças e ataques a um grupo de pessoas são vistos como "boas práticas", e o pior é que parte da sociedade apoia...

Fica muito claro que a estratégia (sórdida) do SINDIFISCO e dos parlamentares envolvidos é "comover a opinião pública", usando dos argumentos falaciosos que comentei acima, e usando de toda demagogia e malícia possível, para ganhar "apoio popular" levando as pessoas a questionarem o por que eles devem pagar o IPVA de seus Veículos e o dono de uma Embarcação não o paga... sabemos que os motivo são óbvios (barco não requer asfalto e nenhum outro serviço/infraestrutura pública e o dono de barco já paga IPVA do seu carro e todos os outros "impostos"), porém como numa "campanha política" eles usam da ignorância da população e de artimanhas da comunicação para confundir as pessoas, incitam o ódio entre as classes e o preconceito como armas para chegar a um resultado político e estupido.


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De Boas Intenções o Inferno está Cheio - idealismo e ignorância x má intenção

"... o sapateiro subiu além das chinelas ... e é justamente por essa pretensão abusiva que se torna maligno ..."
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Qual será o limite da ignorância e do preconceito? E de fato lutamos contra o preconceito do desconhecido, por que muita gente da sociedade que pode ter um barco não o tem por falta de conhecimento.

Repito a indicação do nosso BLOG ( http://sosnautica.blogspot.com.br ), que terá nas próximas semanas outras dezenas de artigos/testemunhos que comprovam nossos argumentos, inclusive com vídeos e exemplos de dezenas de proprietários de embarcações, mostrando a realidade do setor (contrariando o "mito" existente na sociedade e explorado pelos políticos sedentos por novos tributos).


Por favor compartilhem esta mensagem, indique também o BLOG "SOS Náutica - pedido de Socorro da Comunidade Náutica": http://sosnautica.blogspot.com.br

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

IPVA - naufragando no mar da ignorância

Você concorda com a criação de uma TAXA ANUAL para manutenção das ruas, avenidas, pontes, viadutos, semáforos, faixas de pedestre, passarelas, órgãos de engenharia de tráfego e para o custeio de muitos outros gastos e mazelas que os Automóveis causam para a Sociedade e para a Administração Pública??!


NÃO?

E o que tal cobrar IPVA dos barcos que NÃO usam tais vias e infraestruturas públicas?!

Ah, mas você acha que "barco" é coisa de "milionário" e por isso tem mesmo é que pagar muito imposto independente de qualquer lógica???

Se você concordou com a última afirmação então sugiro que leia esse texto com atenção, e que pesquise melhor sobre o assunto, você pode estar redondamente enganado e cometendo uma tremenda injustiça...


Seria cômico se não fosse trágico... como é que alguém no Brasil ainda tem coragem de apoiar o aumento de impostos?

Com uma tremenda inversão de valores, no ápice da insatisfação da sociedade com nosso podre e ineficiente governo – onde os altíssimos impostos financiam os mensalões, privatarias, cartéis e afins – espertalhões de plantão se aproveitam do momento político para confundir e por em prática, “às pressas”, uma proposta nefasta e danosa para o setor náutico, com enorme potencial de causar ainda mais distorções, injustiças e até desemprego.

Sobre o IPVA, cabe lembrar que:

- O IPVA foi criado na Constituinte de 88 para substituir a antiga TRU (Taxa Rodoviária Única), passando claramente para os Estados a autoridade de tributar os veículos que circulam em vias públicas (terrestres, é óbvio), determinando que 50% das receitas devem ser transferidas ao município onde o Veículo está “licenciado”, cabendo a esses (municípios e estados) a obrigação de cuidar das vias de tráfego, do transporte público e todo o sistema e infraestrutura exigida pela utilização dos tais "Veículos Automotores" (Terrestres e que circulam em vias públicas, É ÓBVIO) como ruas, avenidas, pontes, viadutos, estradas, semáforos, faixas de pedestre, passarelas, órgãos de engenharia de tráfego e muitos outros custos/investimentos PÚBLICOS necessários ao uso de tais bens;

- A cobrança do IPVA aplica-se (hoje) exclusivamente aos VEÍCULOS que circulam em Vias Públicas Terrestres como: carros, motocicletas, ônibus, caminhões e outros "veículos" devidamente emplacados e licenciados. Não se cobra "IPVA" dos tratores, colheitadeiras, empilhadeiras, carros/motos de competição, trens/metrôs e nem mesmo de carros/motos que circulam exclusivamente em propriedades particulares. Também não se cobra "IPVA" dos "elevadores" que são de fato "veículos automotores". Se nos apegarmos ao "termo genérico", muitos outros bens/objetos poderiam também ser tributados, bastaria apenas a "fome" do legislador e a conivência da sociedade;

- Através de rastreamento dos radares implantados nas vias públicas (terrestres, obviamente) o Estado de São Paulo vem cruzando os dados do DENATRAN e identificando os veículos Licenciados em outros Estados, e usando tal informação como base para justificar a cobrança do IPVA em favor do Estado de São Paulo, deixando mais uma vez clara a correlação do Imposto com a circulação dos Veículos nas Vias Públicas Terrestres.

Alguns dos motivos que fazem da "proposta" de se cobrar "IPVA" dos barcos um absurdo:

- Observa-se em nossa CONSTITUIÇÃO o fato de que a legitimidade para Legislar sobre a navegação marítima/fluvial e transporte aquaviário compete exclusivamente à União (e não aos Estados), lembrando o que citamos acima de que por Lei o que se arrecada com o IPVA é distribuído entre o Estado (50%) e o Município (50%) de onde o Veículo está "Licenciado" (não existe "Licenciamento" de barco), não cabendo nenhum repasse à União e/ou Marinha e Capitania dos Portos.

- Ainda ao observar a Constituição Federal e também outras Normas/Leis pertinentes, vê-se claramente o uso do termo "Veículo Automotor" referindo-se exclusivamente aos Veículos Terrestres, assim como a completa ausência do uso desse termo para referir-se a Barcos ou Aviões, esses sempre sendo referenciados nas Normas pertinentes de forma clara e objetiva como "Embarcações" e "Aeronaves".

- Por fim observa-se ainda o Código de Trânsito Brasileiro, que é usado por alguns "defensores" da extensão da cobrança do IPVA para Embarcações (o puxadinho tributário), definindo o "Veículo Automotor" como: “todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas”; porém tais defensores omitem (de forma leviana ou por falta de perícia/competência) o que determina o Capítulo 1 (Disposições Preliminares) do mesmo Código: “Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas VIAS TERRESTRES do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.” (O QUE DE FORMA INDUBITÁVEL “EXCLUI” AS EMBARCAÇÕES).

Analisando os pontos acima compreende-se os motivos de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter JULGADO como INCONSTITUCIONAL a cobrança do “IPVA” das EMBARCAÇÕES, ao apreciar as Leis Estaduais (de alguns Estados) que, aproveitando-se do texto genérico de nossa Constituição (Veículos Automotores), tentaram realizar tal cobrança.

O que se vê agora é ainda mais asqueroso: a tentativa de mutilar nossa Constituição aproveitando-se do momento político conturbado para, no susto e no grito, e ao arrepio do que determina um Estado Democrático, passar por cima das Leis e dos princípios básicos de civilidade. Observa-se claramente na medida a tentativa de usar o "jeitinho brasileiro" aproveitando-se de "brechas" (o puxadinho) com fins exclusivamente arrecadatórios, sem se importar com as consequências que podem causar a um determinado setor da sociedade.

A atual proposta de cobrar "IPVA" de EMBARCAÇÕES (e Aeronaves) é de iniciativa do Sindifisco (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal), levadas adiante por dois deputados do PT através de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tramitam no Congresso através dos números PEC 140/2012 e PEC 283/2013, com o "pomposo" apelido de "PEC dos Jatinhos", mas que no fundo só escondem objetivos maliciosos de aumentar (AINDA MAIS) a Carga Tributária do nosso país, usando de artifícios sórdidos para requentar um Imposto que, como já vimos, aplica-se e é compatível apenas aos "Veículos Automotores Terrestres que circulam em Vias Públicas".

Além do "apelo populista", demagógico, com o apelido que "confunde" (e engana) a população, a proposta incita o preconceito, a inveja e a “luta entre classes/grupos”. Essa fórmula vem se consagrando no país, sendo usada com certa frequência em outros temas debatidos na sociedade, percebida na comunicação maliciosa, tendenciosa e rasa, claramente identificada em algumas revistas, Facebook, Twiter e outros meios de comunicação. A armadilha é óbvia, coloca-se um grupo da sociedade contra outro com um objetivo exclusivo (e minuciosamente planejado) de se atingir o resultado sórdido, nesse caso, como percebemos, é o aumento da carga tributária.

A proposta ainda é defendida como "justiça tributária/fiscal" através da artimanha de comparar uma EMBARCAÇÃO de "ESPORTE e RECREIO" com o Automóvel usado nas grandes cidades para ir e vir, comparação que a luz dos fatos se prova absurda e sem nexo.

Apela-se para a reação emocional da "grande massa" levando as pessoas ao erro, incitando a população a indignar-se com os proprietários de Embarcações colocando-as na mesma pauta que um "Jatinho", como se todo dono de BARCO fosse "milionário", e pior do que isso, com comparações grosseiras e levianas como a que encontramos no site do Sindifisco: "Quem tem carro popular paga IPVA. Mas banqueiro e dono de jatinho não pagam” – O QUE TEM A VER O "BANQUEIRO" E O "DONO DO JATINHO" COM O PROPRIETÁRIO DE UM VELEIRO OU LANCHA DE PESCA, ESPORTE OU RECREIO??

É o mesmo que culpar o gandula pela derrota no campeonato... mas com manipulação e retórica fazem absurdos, e com “consentimento popular”, assim Hitler viabilizou o Holocausto, assim crucificaram Cristo.

Quem conhece o setor Náutico sabe que mais de 95% das aproximadamente 70 mil embarcações registradas no Brasil não são bens de luxo e sim objetos de esporte e recreio, a maioria com tamanho inferior a 26 pés (8 metros), outras construídas artesanalmente para realizar travessias oceânicas, pesca amadora e para fins de habitação, ou seja, são barcos relativamente simples, acessíveis a muitos que, movidos por um sonho, se disponham a nessas embarcações aventurar-se, e não “megaiates nababescos e ultraluxuosos, palácios flutuantes” como sustentam o projeto e grande parte da mídia preconceituosa.

Não há dúvidas de que a grande maioria dos proprietários de barcos não são milionários, mas sim aventureiros, esportistas e sonhadores que com muito esforço compram (OU ATÉ MESMO CONSTROEM) seus barcos para realizar sua expedição de exploração oceânica mundo a fora, curtir a aposentadoria ou simplesmente para pescar ou passear com a família no fim de semana.

Com a proposta em questão, quem perde é o cidadão comum, da classe média e média-alta (entendendo que "ainda" não seja um crime prosperar honestamente nesse país), aquele que sempre pagou impostos nas alíquotas mais altas, vendo sua renda mensal ser "amputada" pelos 27.5% de IR, e adicionalmente pagando de forma direta e indireta mais de 40% de imposto ao comprar (ou construir) sua própria embarcação. É esse que agora se vê encurralado por uma proposta que inviabiliza seu "Esporte e Recreio", que decreta como "crime" o seu "estilo de vida", o seu sonho.

Antes esse infeliz proprietário tivesse optado por gastar o seu dinheiro com os badalados pacotes de viagem ou em cruzeiros internacionais... ao invés disso ele investiu em uma embarcação, gerou empregos para a indústria naval brasileira, pagando de forma privada todos os custos do seu esporte/lazer (sem nenhum benefício ou contrapartida do governo).

Agora os proprietários de embarcações, autônomas, sem dependência dos investimentos do Governo e de infraestrutura pública, correm o risco de serem extorquidos com a cobrança de um imposto anual SEM SENTIDO que em alguns Estados pode chegar a 5% (ao ano), algumas vezes num momento de vida onde tais proprietários não possuem uma farta fonte de renda, como na aposentadoria ou durante uma expedição de exploração oceânica, ou seja, torna-se a cobrança, para esses, simplesmente impagável.

A cultura náutica no Brasil vem crescendo nos últimos anos (com a ascensão da renda da classe média), mas ainda é absurdamente pequena considerando o enorme potencial natural do nosso país. Comparando o setor brasileiro com realidades de outros países, até mesmo com a Argentina, percebe-se que o Brasil de fato “dá as costas” para o mar, despreza seus rios, represas e afins, riquezas que são generosamente (e GRATUITAMENTE) ofertadas a todos pela Natureza, e que são usadas quase que exclusivamente para o despejo de esgoto. A total falta de conhecimento do assunto e o preconceito são os principais ingredientes dessa tragédia.

Com a Proposta em questão (PEC) a tendência é que o problema se agrave ainda mais, excluindo de vez do mar, rios e represas, e também das explorações oceânicas, a classe média do nosso país. Tais aventuras e riquezas ficarão para uso exclusivo das nossas "elites", esses que os defensores da proposta "dizem" querer tributar, mas que na prática só serão beneficiados com tal iniciativa, até por que para esses, que muito facilmente já "fogem" do Imposto de Renda (IRPF), camuflados por seus "CNPJs", vão fugir também desse NOVO IMPOSTO tendo em vista a forma amadora e rasa como o assunto está sendo tratado.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Veleiro MaraCatu e marina/condomínio Bracuhy - Janeiro 2011

Nos primeiros dias de 2011, antes de embarcar para Salvador/BA e São Luís/MA atrás de um catamarã, fomos de carro até Angra dos Reis para finalmente conhecer ao vivo e a cores o veleiro MaraCatu, o Lar do Hélio e da Mara!

Foto de Mozart Latorre
Até aquele momento nossos planos de viver em um barco tinham como base nossa experiência a bordo das nossas lanchas, por períodos nunca superiores a 20 dias embarcado; mas tínhamos também uma forte influência de pesquisas e leituras, na Internet, revistas e livros sobre Náutica, além é claro das deliciosas conversas com amigos com maior experiência na "vida náutica" e troca de e-mail com muita gente que já vive a bordo. Mas até então nunca tínhamos tido a oportunidade de entrar num barco-casa, de sentar no "sofá" da "casa" de quem realmente vive em um barco!

Depois de um parada técnica de dois dias em PARATY com direito a um (belo) passeio nas cachoeiras, onde compramos uma cachacinha local para levar e tomar a bordo com Hélio e Mara, lá fomos nós, tremendo de ansiedade para o condomínio Bracuhy, em Angra dos Reis.

No momento em que estávamos no cais "G", em frente ao MaraCatu, novamente na companhia do Hélio e conhecendo (pela primeira vez) a Mara, nosso coração bateu forte de emoção. Nosso sonho passava a ter um forte aroma de realidade!

Foto de Mozart Latorre
Fomos muito bem recebidos. Definitivamente Hélio e Mara são pessoas especiais. Algumas pessoas "vibram" numa sintonia capaz de transmitir paz e alegria, e esse casal está entre essa turma, com certeza!

Convidados a embarcar, passamos algumas horas falando sobre barcos, vida a bordo, pessoas do mar e recebendo uma avalanche de dicas e informações super preciosas sobre o que, de fato, é viver a bordo de um barco.

Hélio e Mara moram a bordo do MaraCatu desde 1999, são mais de 13 anos!!! Não estávamos falando com "aventureiros", falávamos com pessoas que sabem viver, e vivem no mar!!

O MaraCatu é um veleiro monocasco de 29 pés (8,80m), um SAMOA 29 construído por eles. Um barco bem aconchegante, daqueles que você senta no "sofá" e não dá vontade de sair de dentro. Até AR-CONDICIONADO eles colocaram no barco.. chique (rs).

Imagem do Blog do MaraCatu: http://maracatublog.com/sobre-nos/
Na longa conversa com Hélio e Mara muita coisa que tínhamos pesquisado se confirmou, mas muitos "mitos e romances" foram desvendados!

Coisas óbvias que uma pessoa mais cética e prática, talvez menos envolvida sentimentalmente, poderia chegar a conclusão, mas para "marinheiros de primeira viagem" apaixonados por um sonho, como nós, foi preciso ouvir da boca de Hélio e Mara para "cair a ficha". Não é o momento de se aprofundar nesse assunto agora (os "mitos e realidade da vida a bordo de um barco")... mas pelo que pesquisamos (em várias fontes), podemos adiantar que não é "tão complexo e caro" como alguns pregam e tão pouco "mágico e fácil" como alguns sonham.

Durante a visita, Hélio e Mara ainda nos apresentaram o condomínio e marina Bracuhy, um local cheio de "vida a bordo"!!!

Foto do Site do MaraCatu: http://veleiro.net/maracatu/ondestamos.htm
Foto de Christina Amaral, Blog: http://memoriasvivas.wordpress.com/2011/05/01/bracuhy-amanhecendo/
Fomos almoçar no restaurante da Dona Esmeralda, na praia do Itinga, bem ao estilo “cruzeirista”, na companhia de Hélio e Mara onde ainda fomos apresentados para outras pessoas que vivem a bordo de seus veleiros (também no Bracuhy): João (do veleiro Yahgan), Christina (do veleiro Aquarela), Ivan e Egle (do veleiro Taai-Fung).

O almoço foi regado a uma deliciosa conversa sobre barcos e náutica! A turma é muito animada e no Bracuhy a vida náutica-social é bem intensa.

Após o almoço visitamos o veleiro Yahgan e o comandante João nos apresentou o barco (fantástico!), e nos mostrou um engenhoso sistema de aquecimento de água a gás usando um aquecedor residencial (dos menores que existem), onde a água circula até chegar na temperatura desejada e fica armazenada num reservatório com quantidade de água limitada para o banho – convém lembrar que a vida a bordo requer economia de “água doce”, principalmente quando estamos afastados de uma marina, como durante as viagens/passeios.

Ainda ganhamos um presente náutico! Christina nos deu uma bolsa plástica para guardar roupas, cobertas e afins com sistema para retirar o ar deixando tudo bem compactado.

Retornamos ao MaraCatu onde Hélio e Mara nos deram várias dicas sobre Salvador. Nos passaram o contato do David e da Vera, até por que no Brasil poucas pessoas conhecem de Catamarã como o David, e nosso objetivo na viagem para Salvador era justamente esse, encontrar nossa próxima casa (um catamarã).

Procurávamos também um Catamarã para alugar em Salvador, com intuito de passar alguns dias num "test drive" desse tipo de embarcação QUE ATÉ AQUELE MOMENTO NUNCA TÍNHAMOS NAVEGADO! Esperem só até a próxima postagem pra ver o que aconteceu em Salvador....... aquela indicação do David e da Vera não poderia ter sido melhor...

Retornamos para São Paulo muito animados com o rumo que as coisas tomavam... e já era hora de fazer as malas novamente, para a tão esperada viagem a Salvador (BA) e São Luís (MA), na busca do nosso próximo barco/casa... tema do próximo Post que já está no forno.

Abraços.
Fernando e Jamille Previdi

sábado, 4 de maio de 2013

Tripulação completa

Aos amigos,

Superamos a grande tempestade!! Saímos apenas com alguns arranhões, nada sério. Agradecemos a todos pelo apoio, em especial, ao amigo Norberto Marcher Mühle (TROVÃO), que agiu como um bravo tripulante e foi fundamental para encontrarmos o rumo certo... mas tem ainda muito mar pela frente, algumas centenas de milhas, até concluirmos a primeira etapa desse doce projeto de vida (preparar nossa "casa do mar").

O "término" da nossa (primeira) "grande tempestade" não podia ser melhor, celebrado com a chegada da nossa princesinha, LAURA CABRAL SILVEIRA BRAITE PREVIDI, que teve o "cabo umbilical" cortado no dia 12 de Abril de 2013, às 5 horas e 43 minutos (recomendamos assistir o vídeo abaixo):


Agora nossa TRIPULAÇÃO está completa!! (por hora, rs)

Nascimento da Laura (12 de abril de 2013)
Nascimento do André (16 de junho de 2011)




Ficamos emocionados com a forma que o ANDRÉ recebeu a irmã. É impressionante ver o carinho e o cuidado que ele tem com ela.. e foi assim desde o início, amor a primeira vista. Quem estava no hospital naquela hora e viu a reação dele, se arrepiou.. como se ele já soubesse que era a irmã dele, pedindo pra por ela no colo e segurando com o maior cuidado e carinho, dando beijinhos (ele nunca fez isso com nenhuma outra criança/bebê).




É indescritível a felicidade e a intensidade de formar uma família, pautada sempre no AMOR, no carinho, no companheirismo. Com certeza com essa tripulação nossa casa/barco será sempre muito feliz e animada. Só pedimos a Deus muita SAÚDE para esses pequeninos e para nós (que temos que cuidar deles)... o resto, todo o resto é resto e tem menor importância.

ANDRÉ
LAURA
Abraços.
Fernando, Jamille, André e Laura Previdi

sábado, 16 de março de 2013

ENFRENTANDO NOSSA MAIOR TEMPESTADE

Sair de madrugada com o filho doente de casa, para o hospital, é sempre difícil e preocupante; mas antes que nossa família e amigos fiquem preocupados, adiantamos que o ANDRÉ está bem, só “mais uma febre”, porem com o histórico dos últimos 7 dias, onde com outra febre começou uma tosse e sintomas de problemas respiratórios (resfriado), além de um comportamento que o acompanhou durante a semana de um bebê que sem saber falar, diz: “papai, eu também não estou bem, e por que você e mamãe estão assim? Eu amo vocês..” (é de arrepiar o carinho que tenho recebido dele nessa semana, mesmo não dando 1% da atenção que dava a ele).

Nessa madrugada compreendi que os acontecimentos desses últimos 7 dias estão todos interligados. Todos frutos de um mesmo mal: os sintomas do André; o problema de saúde da Jamille que com 8 meses de gravidez nessa última segunda-feira teve grande dor e foi obrigada, por determinação médica, permanecer em máximo repouso (deitada); minha ausência de 5 dias no trabalho; meu nível altíssimo de stress e ansiedade; os 7 dias sem dar a atenção que amo dar ao meu filho; também 7 dias quase sem dormir, com cansaço extremo, concentrado em um trabalho árduo para combater os efeitos nefastos desse grande mal.

Hoje cedo, ao pensar que até nossa querida Laurinha na barriga da mamãe deve estar sentindo a extensão dessa força obscura, maligna e destrutiva, comecei a chorar e esse texto, inexplicavelmente me veio todo pronto a cabeça, o que nunca me acontecerá antes.


Mas Deus, como sempre, vem com sua LUZ e “sopra” aos nossos corações o Rumo Certo, além de emprestar para nossa tripulação, sempre no momento em que mais precisamos, “marinheiros do bem”, como alguns chamam de Anjos. Assim pareceu ser nessa madrugada, ao ver meu filho ser atendido pelo Dr. Leonardo, jovem médico, plantonista do Hospital Vitória em frente ao shopping Anália Franco, o atendimento médico mais humano que já presenciei, atencioso, amoroso, fez uma consulta tão detalhada e prestativa que de fato não parecia que estávamos num “pronto socorro” às 3 horas da madrugada. Ao André foi dado apenas os medicamentos de praxe, para febre, e recomendado o acompanhamento pelos próximos 3 dias, mas aos pais esse “marinheiro do bem” prestou um atendimento do qual com certeza não se deu conta, e talvez nunca se dará, nos fez ter novamente fé na humanidade, a certeza de que existem sim pessoas boas, as quais devemos sempre procurar e cativar para estar a nossa volta, como nossa “tripulação extra” que no fundo é quem nos salva dos eminentes naufrágios.

O mal que estamos enfrentando, já há algum tempo, nesses últimos dias ameaça acabar de forma sorrateira e leviana com economias financeiras que com tanto suor e dor conseguimos juntar em 10 anos. Mas muito pior do que isso, fazer naufragar nosso tão doce e salgado sonho de viver no mar.

Mas aprendi com meu querido e falecido avô, AGUINELO NATAL BRAITE (ou “vô GUINA” como carinhosamente o chamávamos), que nos caminhos (“derrotas” no vocabulário náutico) da vida, estarão sempre as dificuldades, para ultrapassarmos com, acima de tudo: amor, honestidade, ética, força interior, astúcia, muito trabalho e suor, e também com uma boa taça de vinho.

Portanto está decretado que esse mal será de uma vez afastado dos nossos corações. Mais empenho terei nesses próximos dias, mais sangue, coração, músculos e toda a força que me foi ou for dada por Deus será usada para que a página seja virada de forma definitiva. A mim caberá, acima de tudo, preservar meus 3 bens mais queridos que Deus me deu: Jamille, André e Laura. Preciso poupa-los ao máximo da guerra que está por vir.

Ao vê-los afetado, dessa forma, por essa situação, só quero agora poupar a eles, de mais nada me importa o dinheiro e nem mesmo o sonho, eventualmente “atrasado” por alguns anos. A guerra será travada, e sob a luz da verdade e da justiça.

Eu espero poder comentar aqui, dentro das próximas semanas, o fim da grande tempestade, sem dúvida a maior que já passamos e curiosamente vivida em terra.

Peço a todos os amigos que, por favor, rezem pela gente nessa hora. Que a luz de Deus esteja sempre conosco, junto com a verdade e com a razão. E que essa mesma luz, e esses conceitos básicos de humanidade, iluminem o coração dos demais envolvidos.

Na certeza de um novo amanhecer, da calmaria após a tempestade, constatando que o pior já passou, no qual geralmente, e curiosamente, olhamos "aos céus" e não ao mar, talvez em inconsciente reconhecimento e agradecimento a ELE, por ter superado a tempestade.


Um grande abraço.
Fernando Previdi

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

2010 Náutico

Enquanto escrevíamos outras mensagens, exigindo da caixola o resgate daqueles acontecimentos de anos anteriores, nós lembramos das nossas (deliciosas) andanças pelo Mar no ano de 2010!

Já falamos dessas andanças no Tópico "Introdução", mas resolvemos colocar novamente algumas informações, fotos e vídeos que estão gravadas em nossos corações (e discos rígidos).

Inclusive essa mensagem comenta outra vez de uma passagem importante sobre nossa decisão de viver a bordo: o encontro com Hélio Viana. Quem quiser saber de detalhes, basta ler...

...

O réveillon de 2009/2010 foi bem náutico, começou com o agradabilíssimo passeio com nossos amigos Cicero e Vanessa. Foram 5 ou 6 dias "acampados" na nossa lancha na Ilha Grande e Angra dos Reis:




Nessa travessia, na ida, contamos ainda com a (agradável) companhia do amigo Edmilson e família (MARIA CELI), com as lanchas navegando lado a lado de Caraguatatuba até Ilha Grande.


Dentre os vários passeios tivemos banho de mar com chuva, "capotagem" com o bote, banho de mar até altas horas da noite retornando em emocionantes navegações noturnas (por vezes com aquela chuva na cara que reduzem ainda mais a visibilidade). Fizemos ainda uma maravilhosa "volta a ilha" (Ilha Grande), curtindo as praias "do lado de trás" da ilha, onde só é possível chegar de barco ou em longas (e cansativas) caminhadas.




Curtimos também as Ilhas Botinas, Cataguases, Praia do Dentista e outros cantinhos do paraíso que aquela região oferece.





...

Nas nossas férias, em Fevereiro de 2010, fomos outra vez pra Ilha Grande... Angra dos Reis... Paraty... definitivamente é o CARIBE brasileiro. Adivinha onde queremos "morar" com nosso barco?

Dessa vez fomos só nós dois (Fernando e Jamille). O clima de "lua de mel" a bordo é uma delícia.




Nesse passeio tivemos a honra de conhecer o Hélio (do MaraCatu). Ele estava "a trabalho" comandando um veleiro alugado por uma família em Angra. Nossa lancha estava apoitada próxima a esse veleiro no Saco do Céu, vimos Hélio e o grupo no café da manhã e veio a lembrança do Hélio como colunista da Revista Náutica. Mas não tivemos a oportunidade de bater um papo nesse momento.

Por coincidência, sorte ou peripécia do destino, naquele mesmo dia após outra visita as Ilhas Botinas, nós paramos pra almoçar na Praia das Flechas (na Ilha da Gipóia) em Angra dos Reis. Adivinha qual o veleiro que estava lá, ancorado??!


Descemos na (linda) praia, maravilhados com a cor da água e a beleza da paisagem, características comum da região de Angra dos Reis. Escolhemos o menor bar/restaurante para almoçar. Pedimos e saboreamos um peixe delicioso, naquele ritmo de férias no paraíso.

Antes de pedir a conta nós olhamos pro lado e lá estava o Hélio, na mesa ao lado, petiscando e tomando uma cerveja com o grupo que alugou o veleiro. Com um piscar de olhos nós iniciamos o papo, que é muito comunicativo e bem humorado.

Aquela primeira conversa "apimentou" bastante nossos planos de morar a bordo. Podemos dizer que aquele papo teve uma influência (enorme) na nossa decisão de soltar as amarras o mais cedo possível - até então o plano era uma aposentadoria antecipada, algo para as próximas décadas.

Já tínhamos lido sobre Hélio e Mara numa reportagem a respeito de pessoas que moram a bordo, mas conversar pessoalmente com Hélio de frente pro mar naquela ilha paradisíaca foi como um "recado" divino.


Naquele dia fomos convidados para conhecer a Mara e o MaraCatu, no Bracuhy, mas por "problemas técnicos" com nossa lancha (soltou uma mangueira do Boiler e quase fritamos um dos motores) nós não conseguimos visita-los naquela oportunidade.

Ainda nessas férias nós recebemos a visita do Sr. Adair e dona Lica (pais da Jamille), sócios nos nossos barcos (rs). Eles ficaram com a gente nos últimos dias e curtimos mais um pouco daquele paraíso.






Os pais da Jamille retornaram navegando com a gente da Ilha Grande para Caraguatatuba, com direito a pernoite em Paraty.


...

O ano de 2010 seguiu com deliciosos passeios. Muitos deles na companhia de amigos como Carlos (FLOYD), José e Silvana (BAMBINI) e Alex e Vanessa (OCEANITIS); as quatro lanchas pernoitaram várias vezes próximas uma das outras no Saco da Capela (ILHABELA) e também por várias vezes fizemos passeios diurnos em comboio; assim como vários jantares na vila da Ilhabela com aquele grupo animado.

Também recebemos, na nossa casa de praia (nossa lancha), a visita de amigos e da família durante todo o ano.








E meio que nesse ritmo fechamos 2010, com um réveillon (2010/2011) com a galera dessas 4 lanchas primas/irmãs juntas! Muita animação, uma turma realmente especial. Foi sem dúvida o melhor réveillon embarcado que tivemos (até o momento), mesmo com chuva!



...

Falar de 2010 e citar essas passagens fez reviver em nossos corações uma energia positiva fantástica!! Para começar o ano de 2013 com novas esperanças.

A próxima mensagem já está a caminho - foi interrompida pela nossa necessidade de fazer essa retrospectiva de 2010, um ano náutico que ficará pra sempre marcado em nossos corações.

De certa forma a próxima mensagem tem a ver com essa... pois inclusive vai narrar um acontecimento dos primeiríssimos dias de 2011.

FELIZ 2013 pra todos, com muita saúde, paz, sol, bons mares/ventos e muitas alegrias!!!

Abraços.
Fernando, Jamille, André e Laura Previdi