Mas como evitar uma "primeira experiência negativa"?
A dica é pesquisar muito! Conversar com quem tem (e usa), ir nos eventos do meio náutico, fazer passeios com diferentes tipos de barcos, falar com mecânicos e empresas especializadas, ler bastante; enfim, o ideal é obter o máximo de informação possível (mas tem que saber separar a informação que faz sentido da "propaganda").
Finalmente com esse Post eu dou seqüência na "Introdução"!!
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Outubro de 2007, sai do São Paulo Boat Show com minha HABILITAÇÃO (na época Arrais Amador) e com a vontade redobrada de comprar o primeiro barco!!
Em casa as coisas estavam bem complicadas. A grande maioria dos amigos, a família e principalmente a esposa (Jamille), afirmavam que aquilo era coisa de louco... Que eu estava "fora do realidade", estava sonhando.
De fato era um sonho...
Eu andava pra lá e pra cá com revistas a tira colo, passava em marinas, lojas náuticas e enchia o saco dos vendedores. Gastei muito tempo pesquisando e me preparando.
A frase que eu mais ouvia das pessoas próximas era: "Barco são duas alegrias: Uma quando compra e outra quando vende". Mas não era isso que dizia meu coração. Eu tinha que ao menos tentar!
Só faltava achar o barco. Não estava fácil pois o orçamento era (muito) apertado...
Segui procurando e na penúltima semana do ano de 2007, o barco me achou!!!
Consegui de última hora, e com muito esforço, o semi-apoio da esposa. Era o que faltava! Ela até "liberou" dinheiro!!! Aquilo tinha que dar certo...
Fomos pra São Sebastião pra ver o barco. Uma lancha de 21 pés (6,30 mêtros), marca/modelo ALTERNATIVA 630 com um motor de popa MERCURY OPTIMAX 135HP V6... O estado geral da lancha (aparência) não era lá essas coisas, mas não importava, pois o principal estava muito bom, um excelente motor; e um "casco" com fama de "marinheiro" (navegar bem).
Levei um mecânico autorizado para fazer uma última avaliação e... NEGÓCIO FECHADO!
Foi o tempo de chegar na marina e já era fim de tarde. Infelizmente a Jamille não passeou aquele dia. Voltamos pra São Paulo, pois no dia seguinte já era véspera de NATAL.
Dia 26-DEZ eu fui novamente pra praia. Infelizmente outra vez sem a Jamille, que ficou trabalhando. Contratei um marinheiro pra sair comigo e me ensinar a navegar, afinal, mesmo habilitado eu não estava "pronto" pra sair navegando. A idéia seria sair alguns dias com o marinheiro (meu xará, Fernando), mas felizmente o mar estava muito tranqüilo aquela época e acabei aprendendo rápido. O próprio marinheiro recomendou que no dia seguinte eu saísse sozinho (sem ele).
Dia 27-DEZ eu sai SOZINHO. Nervos a flor da pele... No final, foi uma boa idéia pois fica mais fácil "aprender" quando não tem aquela pressão da família e amigos a bordo. De qualquer forma o ideal mesmo seria ter pelo menos outra pessoa por lá, pois se alguma coisa desse errado, sozinho, eu estaria "frito".
Já o dia seguinte (28-DEZ), foi o GRANDE DIA!!! O primeiro passeio com a JAMILLE... E não é que a Jamille gostou?! Ela adorou aquilo...
E foi assim... Eu e a Jamille estávamos maravilhados com tudo aquilo. Adoramos aquela vida! O barco começou a aproximar muito a gente... No fundo, não era o barco; era o simples fato de estar lá, um do lado do outro, sem TV, Internet e nenhuma outra distração que o "mundo moderno" nos trás. Foi sem dúvida um NOVO COMEÇO.
No início nós ficávamos em Caraguatatuba, saindo em passeios diurnos com a lancha. É assim que a maior parte das pessoas usam o barco.
Enfrentamos bons mares, mas também alguns momentos de mar agitado e tempo ruim. Aprendemos dia-a-dia (e seguimos aprendendo). Só mesmo muitas horas de navegação e muitas situações diferentes é que faz um pessoa realmente aprender a navegar.
Já em Abril de 2008, nas minhas férias, dormi pela primeira vez no barco, na ILHABELA... Foi mágico!! Nessa ocasião a Jamille não estava junto, pois foi num dia de semana e ela não estava de férias. Dias depois ela dormiu junto... A primeira noite é sempre "tensa".
Foi outra novidade pra gente (dormir no barco). As limitações eram enormes. Uma 21 pés "cabi-nada" oferece menos conforto que muito camping por ai. Mas nos adaptamos muito rápido e aquilo passou a ser emocionante pra gente, pois mesmo sem conforto nós podíamos ficar até tarde nas praias, sem aquele "horário marcado" para retornar para a marina. Começamos a aproveitar nada menos que o final de tarde no barco, vendo o sol de por, por vezes acompanhado por um vinho frisante bem geladinho.
Muito bom dormir num barco pequeno... Sem TV, sem Internet, sem distrações. Essa é a parte boa, a parte ruim é: sem banheiro, sem chuveiro, sem geladeira (hahahahaha)... Só que não importava. Tomávamos banho as vezes num "apoio náutico" próximo da onde estávamos, e outras no chuveiro (gelado) do quiosque logo a nossa frente! No final do dia saiamos pra curtir a charmosa noite de Ilhabela e no dia seguinte tomávamos café da manhã do hotel logo em frente (onde aproveitávamos para usar o banheiro).
Nosso primeiro barco, essa lancha "cabi-nada" de 21 pés, foi (re)batizada como: FÊNIX
Um sonho... realizado!
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"SÓ SE LEVA DESSA VIDA A VIDA QUE SE LEVA"
No próximo Post vou falar de uma pequena reforma que fizemos na FÊNIX, que ficou bonitona... e também do primeiro passeio (de lancha) para PARATY, ANGRA e ILHA GRANDE que foi sem dúvida marcante em nossas vidas.
Obrigado por nos acompanhar!!
Abraços ;)
Fernando Previdi