sábado, 16 de março de 2013

ENFRENTANDO NOSSA MAIOR TEMPESTADE

Sair de madrugada com o filho doente de casa, para o hospital, é sempre difícil e preocupante; mas antes que nossa família e amigos fiquem preocupados, adiantamos que o ANDRÉ está bem, só “mais uma febre”, porem com o histórico dos últimos 7 dias, onde com outra febre começou uma tosse e sintomas de problemas respiratórios (resfriado), além de um comportamento que o acompanhou durante a semana de um bebê que sem saber falar, diz: “papai, eu também não estou bem, e por que você e mamãe estão assim? Eu amo vocês..” (é de arrepiar o carinho que tenho recebido dele nessa semana, mesmo não dando 1% da atenção que dava a ele).

Nessa madrugada compreendi que os acontecimentos desses últimos 7 dias estão todos interligados. Todos frutos de um mesmo mal: os sintomas do André; o problema de saúde da Jamille que com 8 meses de gravidez nessa última segunda-feira teve grande dor e foi obrigada, por determinação médica, permanecer em máximo repouso (deitada); minha ausência de 5 dias no trabalho; meu nível altíssimo de stress e ansiedade; os 7 dias sem dar a atenção que amo dar ao meu filho; também 7 dias quase sem dormir, com cansaço extremo, concentrado em um trabalho árduo para combater os efeitos nefastos desse grande mal.

Hoje cedo, ao pensar que até nossa querida Laurinha na barriga da mamãe deve estar sentindo a extensão dessa força obscura, maligna e destrutiva, comecei a chorar e esse texto, inexplicavelmente me veio todo pronto a cabeça, o que nunca me acontecerá antes.


Mas Deus, como sempre, vem com sua LUZ e “sopra” aos nossos corações o Rumo Certo, além de emprestar para nossa tripulação, sempre no momento em que mais precisamos, “marinheiros do bem”, como alguns chamam de Anjos. Assim pareceu ser nessa madrugada, ao ver meu filho ser atendido pelo Dr. Leonardo, jovem médico, plantonista do Hospital Vitória em frente ao shopping Anália Franco, o atendimento médico mais humano que já presenciei, atencioso, amoroso, fez uma consulta tão detalhada e prestativa que de fato não parecia que estávamos num “pronto socorro” às 3 horas da madrugada. Ao André foi dado apenas os medicamentos de praxe, para febre, e recomendado o acompanhamento pelos próximos 3 dias, mas aos pais esse “marinheiro do bem” prestou um atendimento do qual com certeza não se deu conta, e talvez nunca se dará, nos fez ter novamente fé na humanidade, a certeza de que existem sim pessoas boas, as quais devemos sempre procurar e cativar para estar a nossa volta, como nossa “tripulação extra” que no fundo é quem nos salva dos eminentes naufrágios.

O mal que estamos enfrentando, já há algum tempo, nesses últimos dias ameaça acabar de forma sorrateira e leviana com economias financeiras que com tanto suor e dor conseguimos juntar em 10 anos. Mas muito pior do que isso, fazer naufragar nosso tão doce e salgado sonho de viver no mar.

Mas aprendi com meu querido e falecido avô, AGUINELO NATAL BRAITE (ou “vô GUINA” como carinhosamente o chamávamos), que nos caminhos (“derrotas” no vocabulário náutico) da vida, estarão sempre as dificuldades, para ultrapassarmos com, acima de tudo: amor, honestidade, ética, força interior, astúcia, muito trabalho e suor, e também com uma boa taça de vinho.

Portanto está decretado que esse mal será de uma vez afastado dos nossos corações. Mais empenho terei nesses próximos dias, mais sangue, coração, músculos e toda a força que me foi ou for dada por Deus será usada para que a página seja virada de forma definitiva. A mim caberá, acima de tudo, preservar meus 3 bens mais queridos que Deus me deu: Jamille, André e Laura. Preciso poupa-los ao máximo da guerra que está por vir.

Ao vê-los afetado, dessa forma, por essa situação, só quero agora poupar a eles, de mais nada me importa o dinheiro e nem mesmo o sonho, eventualmente “atrasado” por alguns anos. A guerra será travada, e sob a luz da verdade e da justiça.

Eu espero poder comentar aqui, dentro das próximas semanas, o fim da grande tempestade, sem dúvida a maior que já passamos e curiosamente vivida em terra.

Peço a todos os amigos que, por favor, rezem pela gente nessa hora. Que a luz de Deus esteja sempre conosco, junto com a verdade e com a razão. E que essa mesma luz, e esses conceitos básicos de humanidade, iluminem o coração dos demais envolvidos.

Na certeza de um novo amanhecer, da calmaria após a tempestade, constatando que o pior já passou, no qual geralmente, e curiosamente, olhamos "aos céus" e não ao mar, talvez em inconsciente reconhecimento e agradecimento a ELE, por ter superado a tempestade.


Um grande abraço.
Fernando Previdi